Deepfakes em tempo real: e se "ver para crer" já não valer mais nada?
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Um projeto open-source chamado Deep-Live-Cam está chamando atenção no GitHub. E com razão.
Com apenas uma imagem estática, ele consegue simular o rosto de qualquer pessoa em tempo real, dentro de uma chamada de vídeo. Tudo isso rodando localmente. Sem nuvem. Sem limites.
A consequência é direta: não dá mais pra confiar em uma chamada de vídeo.
E isso levanta a pergunta inevitável: como validamos a identidade num mundo onde rostos podem ser forjados ao vivo?
Enquanto muitos ainda reagem com susto, eu só vejo uma resposta possível: assinatura digital.
Há anos defendo que devemos criptografar tudo, e mais do que isso, usar a criptografia como forma de pensar, viver e se proteger. Agora, chegou a hora de ir além:
Não basta criptografar. Precisamos assinar.
Assinar para garantir autenticidade. Assinar para que mesmo que a imagem seja falsa, o conteúdo não possa ser validado sem a chave correta.
É o que já fazemos com e-mails, com código, com pacotes de software. Por que não fazemos o mesmo com vídeo, áudio, transmissões em tempo real?
Eu mesmo assino todas as páginas HTML do meu site com minha chave GPG. Não por paranóia, mas por princípio. Porque segurança real não depende de confiança — depende de verificação.
Don’t trust. Verify.