Porque o coitadismo é tão difundido no Brasil?

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Uma das coisas que eu abomino é a cultura do coitadismo que, infelizmente, está enraizado no DNA do brasileiro.

Eu não sei o motivo desse comportamento, mas o que eu observo é que aparentemente as pessoas estão cada vez mais buscando encontrar um papel de vítima no qual ele possa se encaixar. O motivo? Não sei, talvez por nossa sociedade ser hipócrita o suficiente para valorizar quem não se esforça, quem não faz por merecer em detrimento daqueles que se esforçam para ser ou conseguir alguma coisa.

Quem nunca vivenciou algo parecido com o exemplo a seguir? Uma pessoa compra um carro ou uma casa ou para não falarem que sou consumista, uma pessoa que conseguiu um cargo elevado na empresa em que trabalha, logo começa a ser acusada ( pelos coitados, claro) de ter feito algo de errado para conseguir aquilo. Mérito? Nem pensar, isso é um crime, é algo inadmissível.

Observe, se uma pessoa não estudou e é analfabeta, ela é uma pobre coitada que não tem culpa nenhuma dessa condição, a culpa é imputada a outras pessoas ou setores da sociedade.

Comportamentos que em uma época não muito distante nem de longe eram considerados agressivos, hoje não podem nem ao menos ser esboçados que imediatamente surge uma horda de defensores dos coitados e indefesos atacando e muitas vezes até com ofensas e ameaças.

Recentemente eu tive uma experiência que ilustrará facilmente o que eu quero dizer:

Eu estava no estacionamento de um supermercado esperando minha esposa que entrou lá para comprar algumas coisas, quando dois homens empurrando uma carrocinha cheia de papelões e outros tipos de materiais recicláveis me viram, um deles chamou o outro e apontou para mim e veio em minha direção e disse: “Você não pode nos dar uns trocados para nos ajudar?
Eu recolho papel e outros materiais recicláveis…”, eu não vou colocar aqui todo o meu diálogo com ele porque não vem ao caso, meu objetivo contando rapidamente sobre esta situação é ilustrar o fato de que o coitadismo Eu sou catador de papel é usado automaticamente pelo sujeito.

Antes que apareça alguém me acusando disso ou daquilo, eu não vejo mal nenhum em uma pessoa ser catadora de papel, se um dia eu precisar eu certamente serei um, mas nunca ninguém irá me ver posando de coitado por causa disso.

O interessante é que esse comportamento bizarro não é exclusivo de nenhuma camada social, este é um comportamento típico de brasileiro independente da classe social dele, um exemplo: Um professor, funcionário público utilizando do fato de ser professor para exigir algum tipo de tratamento especial, ou um funcionário público que o trata mal na portaria de um hospital e alguém logo está pronto para defendê-lo dizendo que ele está estressado e tratando mal quem paga o salário dele porque ele ganha mal, e etc., só que esquecem de dizer que quando ele fez o concurso ele sabia qual seria o salário. Tem o ciclista que ao andar no meio de uma via movimentada, ao receber uma buzinada no ouvido, exclama: “Eu sou um ciclista, seu motorista assassino destruidor da natureza” - O típico discurso coitadista.

Isso sem entrar em méritos como programas assistenciais e programas de cotas enfiados goela abaixo da sociedade pelo governo, na verdade, estes programas populistas são fruto desta sociedade conformada com o fracasso e defensores de se beneficiar ao máximo de algo sem precisar fazer muito esforço.

O mais preocupante é que se uma pessoa se orgulha de ter trabalhado e conseguido fazer bastante dinheiro (apenas um exemplo) ela logo é taxada de diversas coisas, principalmente se ela mostrar que é bem sucedida e tem dinheiro.

O Brasil me lembra aquele planeta quadrado dos quadrinhos antigos do Super-Homem, onde tudo é simetricamente ao contrário do que o planeta Terra é.

Aqui, bandido é um coitado (claro, ele não teve oportunidade na vida), prostituta vira ícone da mídia e a categoria ganha incentivo do governo para fazer curso de inglês, afinal, elas não tem essa vida por que querem, coitadinhas, enquanto um pai de família que trabalha duro e paga impostos altíssimos não tem uma escola de qualidade para seu filho estudar. É tudo ao contrário do que deveria ser.

Mas o que me dá medo é que esse comportamento está tão generalizado que a sociedade em geral está se enfraquecendo e emburrecendo e se o brasileiro não acordar para o fato de que não existe almoço grátis, logo seremos um exército de zumbis. A serviço de quem? É fácil deduzir.

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